No artigo publicado a 3 de outubro, Rui Patrício reflete sobre a forma como a política é debatida no quotidiano, usando como ponto de partida uma viagem de táxi que rapidamente se transformou numa conversa sobre democracia, maiorias e limites do poder político.
O autor começa por uma metáfora entre escolher táxi ou Uber e os diferentes ambientes de diálogo, concluindo que, muitas vezes, o táxi é o espaço mais propício a debates diretos e desinibidos. É nesse contexto que relata um episódio recente em que o motorista, assumindo simpatia por discursos populistas, defendeu que a democracia se resume à vontade da maioria, mesmo que isso implique restringir direitos das minorias.
Rui Patrício relata como, de forma calma e simples, tentou introduzir nuances no debate, questionando se uma maioria que resolvesse silenciar ou até aniquilar uma minoria poderia ser considerada democrática. O motorista não respondeu, o que, para o autor, ilustra a importância de usar a simplicidade como antídoto para o simplismo que domina parte do discurso político atual.
O artigo remete ainda para a ideia de que a democracia não se esgota na regra da maioria: exige respeito pelas liberdades individuais, integridade e um Estado de Direito sólido. Por isso, Rui Patrício alerta para os riscos de se aceitar sem crítica os argumentos de que tudo é legítimo desde que apoiado por maiorias parlamentares ou eleitorais qualificadas.
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